Resenha: A Submissa - Tara Sue Me

A Submissa
Série A Submissa – Volume 1

Autora: Tara Sue Me (Página da autora: https://www.tarasueme.com/)

Tradução: Ryta Vinagre
Editora Record, 2013
Tradução de: The Submissive
Páginas: 313
Formato: eBook
Nota: 3/5

SINOPSE
O poderoso empresário Nathaniel West precisa saciar suas fantasias secretas e busca uma mulher com quem realizar seus desejos mais primitivos. Ao saber que ele está à procura de uma nova submissa, Abigail King, movida por um segredo do passado, não hesita em se
candidatar, aceitando os termos mais perversos do sedutor Nathaniel e deixando-se levar por um mundo de luxúria e submissão, onde não há limites para o prazer. Mas nenhum dos dois
imagina que esse jogo pode despertar sentimentos e sensações incontroláveis.
 
RESENHA
Estava navegando pelo Kindle Unlimited e encontrei esse livro, resolvi dar uma chance, mas já esperando algo próximo de 50 Tons de Cinza. Realmente não me surpreendeu. Não consegui encontrar referências para quem foi publicado primeiro, contudo, a continuação dessa série foi publicada em 2009, imagino assim, que 50 Tons seja seu sucessor. Mesmo assim, cheguei à conclusão que as duas autoras beberam da mesma fonte: Os romances eróticos que, aqui no Brasil, foram por muitos anos, chamados de Romances de Banca.
 
Nathaniel é o milionário poderoso e perfeito que se envolve com a mocinha pobre e estabanada. Abby como toda mocinha é cheia de inseguranças quanto a sua aparência, principalmente quando comparada as mulheres anteriores de Nathaniel. Apesar disso, gostei da relação dos dois. Na verdade, me identifiquei em vários pontos.
 
Nathaniel é um Dominador como a maioria, controlador e possessivo. Já nos primeiros capítulos ele deixa claro o que espera de Abby e as consequências de sua desobediência. Ela tem horários para dormir, deve seguir um plano de exercícios e de alimentações, deve chegar sempre no horário em seus compromissos com o Mestre e, pode falar em determinados lugares e em outros só poderá falar com a permissão dele. Abby é uma bibliotecária que iniciante no BDSM. Insegura, mas determinada a ser submissa dele. 
 
O livro já começa com o momento que eles se encontram para negociar, sem muitas explicações de como eles se conheceram. Eu gostei da fidelidade no que tange a relação entre um Dominador e sua submissa. 
 
Mas como nem tudo é perfeito, alguns pontos me incomodaram bastante. Eu sei que é um romance erótico que circunda o BDSM, mas me incomodou o quanto as atitudes do Nathaniel no fim do livro, me pareceu que a autora precisava agradar suas leitoras e dar uma virada na história em que o mocinho colocaria todas as suas fraquezas na mesa, mas ao invés de fazer isso pra Abby, ele fez isso na frente de 100 pessoas. Nesse momento eu pensei "você vai ficar com ele?". Mas é um romance, e como um romance ele, precisava de uma cena clichê. 
 
Outro ponto que também me incomodou bastante, foram as várias vezes que ela tomou Ibuprofeno após as sessões. Eu sei que sou masoquista e gosto de dor, mas sou extremamente contra tomar remédios sem indicação médica. Não gostei de a autora ter deixado isso como forma de "tratar" as consequências.

Um ponto mediano, foram as constantes cenas de sexo. Praticamente todos os capítulos tinham cenas de sexo. No início, a maioria, estava dentro do contexto BDSM, com cenas de Exibicionismo e Bondage. Algumas, confesso, de tirar o fôlego. Mas esse excesso de cenas, foi tornando o livro deveras cansativo.
 
Algumas citações do livro:
"Todo mundo sabe que é o submisso que tem todo o poder no relacionamento." (Cap 2) - Essa frase me agradou bastante, principalmente porque ele deixa claro que ela tem todo o direito a dizer a Palavra de Segurança e sair do relacionamento. 
 
"Pesei minhas opções por cinco segundos. O lado louco venceu. O racional ameaçou tirar umas longas férias". (Cap. 9 ) - A eterna briga entre a emoção e a razão. Quem nunca passou por isso, quando sabe que em algum momento está à beira de seus próprios limites. 
 
"Era uma pergunta retórica. Eu não deveria falar, a não ser que ele mandasse especificamente. Estava confundindo minha mente". (Cap. 9) - Pra quem é tagarela como eu, é difícil se manter calada, às vezes. Me diverti em algumas situações em que me identificava
totalmente com a personagem.
 
"Sempre me perguntei como seria para um criminoso condenado andar até a sua execução". (Cap. 10) - Quem nunca se sentiu assim a caminho de um castigo. Você só sabe sentir medo, mesmo sabendo que a pessoa não vai ultrapassar seus limites. Mas um castigo vai ser sempre um castigo.
 
"Decidi então que este era o meu limite. É preciso ter limites. Você precisa dizer a si mesma até que ponto pode ir". (Cap. 11) - Acho que nem preciso comentar essa frase. Essa deveria estar na mente de qualquer pessoa que entra no BDSM, conhecer-se, conhecer seus limites. 
 
"Gosto que seja franca comigo a respeito de seus sentimentos". (Cap 20) - Acredito que essa seja uma das coisas mais importantes do relacionamento, seja ele baunilha ou BDSM. Deixar claro como se sente em todos os sentidos e não esperar que o outro adivinhe. 
 
"Na noite anterior eu ficaria receosa de usar minha coleira no spa. Esta manhã eu pisaria em cacos de vidros por Nathaniel". (Cap 22) - E qual é a submissa que não quer exibir a marca de seu Dominador por aí? A coleira não é só um adorno, é o símbolo de sua posse. 
 
Portanto, apesar de ser um livro clichê, a autora parece conhecer um pouco das relações dentro do BDSM. Não pecou em escrever sobre assunto, mas seguiu a receitinha de bolo que vende, e acabou se tornando best-sellers do New York Times. Mas as personalidades
dos personagens não foram bem construídas, fazendo com que você não se sinta confortável com nenhum dos protagonistas. O único personagem perfeito é Apollo, o cachorro. Nenhuma cena de Zoofilia foi retratada nesse livro. 
 
Paola_FZ

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