Safe Word & Safe Sign

Nas relações genuinamente BDSM, é imprescindível que exista consensualidade. Mas como podemos saber se a consensualidade está presente durante toda prática Kink & BDSM? Isso só é possível através de dispositivos chamados "Safe Word" ou "Safe Sign". "Safe Word" é uma palavra de segurança que serve de código, da mesma forma "Safe Sign" é um sinal não-verbal que também serve como código de segurança.

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As palavras de segurança são usadas por uma pessoa para comunicar seu estado físico ou emocional, geralmente ao se aproximar ou cruzar um limite físico, emocional ou moral. Algumas palavras de segurança são usadas para interromper a cena completamente, enquanto outras podem comunicar a vontade de continuar, mas com um nível reduzido de intensidade. Geralmente, as palavras de segurança são combinadas antes de começar o Play (cena ou jogo). Embora seja muito raro de acontecer, as "Safes" não são exclusivas para submissos ou bottoms; dominantes e tops também podem utilizá-las se for necessário.


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Alguns praticantes têm o nível de jogo muito intenso, o que pode provocar dúvidas sobre a consensualidade. Acontece que, para esses praticantes, a intensidade é necessária para atingir o ápice do prazer durante o jogo. Portanto, usar códigos de segurança é imprescindível para que todas as pessoas envolvidas, inclusive quem está apenas assistindo, saibam que está tudo sob controle. Muitos grupos organizados de BDSM, como no caso da Masmorra Carioca, têm palavras de segurança padrão para que todos os membros estejam cientes e possam interagir sem nenhuma preocupação durante os eventos organizados para "Play Party BDSM".

De modo geral, os praticantes utilizam apenas a "safeword" que indica interrupção imediata. E no caso de uma Play Party BDSM, os convidados só precisam saber qual é o código vermelho. Mas para casais que gostam de protocolos mais complexos, práticas mais intensas, ou vínculos de cumplicidade mais profundos, pode ser interessante abrir o leque para uma codificação mais ampla. Inclusive, alguns casais usam códigos para lidar com situações sociais na vida baunilha.

Os sinais de segurança não verbais são imperativos se uma pessoa for amordaçada, ou se alguém está com problemas de audição. Nesse caso, as opções mais viáveis são sinais com os olhos, ou apertos de mãos – alguns até já utilizam sinais em libras. Veja algumas sugestões de gestos.

Com os olhos:
Pergunta: Como você está se sentindo?
Levantar as duas sobrancelhas ao mesmo tempo.

Resposta 1: Está ótimo! Aumente a intensidade.
Cerrar levemente os dois olhos.

Resposta 2: Estou bem. Continue...
Fechar os olhos por 1 segundo.

Resposta 3: Perto do limite. Verificação. "Você está comigo?"
Piscar duas vezes seguidas, rapidamente.

Resposta 4: PARE! Interrompa a cena imediatamente.
Piscar várias vezes seguidas, rapidamente.

Resposta 5: Aftercare. Preciso de cuidados.
Fechar os olhos por 1 segundo, duas vezes seguidas.


Com as mãos:
Pergunta: Como você está se sentindo?
Dois apertos.

Resposta 1: Estou bem. Continue...
Um aperto de mão.

Resposta 2: Perto do limite. Verificação. "Você está comigo?"
Dois apertos de mão.


Resposta 3: PARE! Interrompa a cena imediatamente.
Dar 3 batidinhas com a ponta dos dedos.




Observações
  • Negocie a “safeword” com antecedência, e verifique se os sinais foram compreendidos por todos que vão participar. Quem assiste só precisa saber qual é o código principal para interromper a cena.
  • Respeitar a “safeword” é crucial. Se o código de segurança PARE for acionado, significa que o consentimento foi revogado, portanto, você deve interromper a cena imediatamente. Nem pense em tentar persuadir o bottom para suportar mais um pouco. PARE, senão você estará cometendo um crime, passível de denúncia e cadeia.
  • Se o bottom pedir “Verificação”, isso não precisa interferir no clima. Mantenha-se conectado com o estado emocional e físico de seu parceiro. "Você está comigo?"
  • “Safeword” é algo muito sério. Por isso, não brinque com esse assunto. Por exemplo: O top fingir que não irá respeitar a “safeword” durante a sessão; ou, o bottom usar a “safeword” sem necessidade.
  • Em um evento público, todos os participantes tornam-se cúmplices do que está acontecendo. Por isso, é importante que todos saibam qual é a “safeword”, para o caso da necessidade de intervenção.

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