BDSM

BDSM é um acrônimo das palavras Bondage, Dominação, Sadismo e Masoquismo.

BDSM é um acrônimo das palavras Bondage, Dominação, Sadismo e Masoquismo. A sigla descreve os principais subgrupos:
BD = Bondage e Disciplina (B&D);
DS = Dominação e Submissão (D/s);
SM = Sadismo e Masoquismo, ou Sadomasoquismo (S&M).

O termo BDSM remonta a 1969, mas a origem da sigla não é clara. Foi registrado pela primeira vez em uma postagem na Usenet em 1991. Devido à ampla variedade de práticas, algumas das quais podem envolver pessoas que não se consideram praticantes de BDSM, a inclusão na comunidade ou subcultura BDSM geralmente depende da auto-identificação e da experiência compartilhada. O termo pode ser usado tanto como substantivo ("Estou interessado em BDSM") quanto como adjetivo ("Fui a um evento BDSM"). Algumas pessoas também usam outros termos de forma intercambiável com BDSM, incluindo Fetiche, SM, KINK e "leather" (couro).

As comunidades BDSM geralmente acolhem qualquer pessoa com identidades não-normativas que se identifiquem com a comunidade. Isso pode incluir crossdressers, entusiastas de modificações corporais, roleplayers, fetichistas e outros. Essa "abertura" a outros grupos não-normativos às vezes causa certa confusão, principalmente para os iniciantes, em relação às definições do termo.

Todas as dinâmicas dentro de uma relação BDSM envolvem uma interdependência vertical frequentemente caracterizada pelos participantes assumindo papéis complementares, mas desiguais. Isso significa que a relação sempre envolve alguma forma de transferência de poder, entre uma pessoa que exerce o poder e outra que se torna objeto desse poder. Portanto, o consentimento expresso de ambos os parceiros se torna essencial. Os termos "submisso" e "dominante" são comumente usados para distinguir esses papéis: o parceiro dominante ("dom") assume o controle psicológico sobre o submisso ("sub"). Os termos "top" e "bottom" também são utilizados, sendo que o top é o instigador da ação, enquanto o bottom é o receptor dessa ação. É importante notar que esses dois conjuntos de termos têm sutis diferenças. Enquanto os termos "submisso" e "dominante" se referem a quem está no controle psicológico da ação, os termos "top" e "bottom" se referem a quem está executando a ação. Por exemplo, um dominante pode optar por agir como bottom para o seu submisso, que nesse caso assumiria o papel de top. Outro exemplo é um dominante que gosta de sentir dor, podendo ordenar ao seu submisso que o agrida com um chicote.

As abreviaturas "sub" e "dom" são frequentemente usadas em vez de "submisso" e "dominante". Às vezes, o termo específico feminino "domme" é usado para descrever uma mulher dominante, em vez do termo neutro de gênero "dom". Ambos os termos são pronunciados da mesma forma. Os indivíduos que podem alternar entre os papéis de top/dominante e bottom/submisso - seja de relacionamento para relacionamento ou dentro do mesmo relacionamento - são conhecidos como switch. A definição exata dos papéis e a auto-identificação são temas comuns de debate dentro da comunidade.

Bondage
A tradução para o termo bondage é... escravidão, servidão, cativeiro, sujeição ou dependência. Por isso, as práticas relacionadas ao bondage se referem ao ato de aprisionar ou restringir os movimentos do parceiro de forma consensual (não obrigatória), para fins de estimulação erótica, estética ou somatossensorial. Cordas, cordões, correntes, jaulas, gaiolas, fios, fita adesiva, atadura autoadesiva ou qualquer outro tipo de material podem ser utilizados para esse fim.
Escravidão, servidão, cativeiro, sujeição ou dependência

Especificamente, nas práticas envolvendo cordas, como no caso do "Bondage Japonês" (Shibari ou Kinbaku), o contato íntimo, a estética e a transferência de poder são aspectos importantes, pois o Rope Bottom (parceiro passivo da corda) obtém prazer tátil através do contato com o material usado na imobilização e com o parceiro, além de experimentar o sentimento de descontrole e submissão; enquanto o Rope Top (parceiro ativo da corda) obtém prazer visual devido à disposição do parceiro, além do sentimento de transferência temporária de controle e poder.

Embora o Bondage não implique necessariamente em práticas sadomasoquistas, ele pode ser usado em conjunto com outras atividades do BDSM. Para os sadomasoquistas, o Bondage é frequentemente usado para restringir o parceiro, tornando-o mais vulnerável aos procedimentos de S&M.


Disciplina
O termo disciplina descreve a contenção psicológica, o uso de regras e punições para controlar comportamentos visíveis. A punição pode envolver dor física (como açoitamento), humilhação psicológica (constrangimento) ou restrição da liberdade (impedimento de ir e vir). Outro aspecto é o treinamento estruturado do bottom por meio de posturas e protocolos (Liturgia BDSM).

Dominação e Submissão
Também conhecido como D & s , Ds ou D/s.
É um conjunto de comportamentos relacionados à concessão e aceitação do controle de um indivíduo sobre o outro em um contexto erótico ou no estilo de vida em geral. Explora-se o aspecto mental do BDSM. Isso também ocorre em muitos relacionamentos que não se consideram sadomasoquistas; é considerado parte do BDSM se for praticado intencionalmente. A amplitude de suas características individuais é, portanto, bastante variada.
Também conhecido como D & s , Ds ou D/s.

Com frequência, "contratos" são apresentados por escrito para registrar o consentimento formal das partes envolvidas na troca de poder, afirmando sua visão compartilhada da dinâmica do relacionamento. O objetivo desse tipo de acordo é principalmente incentivar a discussão e a negociação antecipadas e, em seguida, documentar esse entendimento para benefício de todas as partes. Tais documentos não são reconhecidos como juridicamente válidos, nem pretendem ser. Esses acordos são válidos no sentido de que as partes esperam que as regras negociadas sejam respeitadas. Frequentemente, amigos e membros da comunidade BDSM são convidados para testemunhar a assinatura de tais documentos em uma cerimônia, e, portanto, as partes que violam o acordo podem perder o respeito e o prestígio dentro da comunidade.

Em comparação com os relacionamentos convencionais, os participantes do BDSM fazem um esforço extra para negociar os aspectos importantes de seus relacionamentos com antecedência e têm muito cuidado em aprender e seguir práticas seguras.


Na dinâmica D/s, o dominante é o Top e o submisso é o bottom. No S&M, o sádico geralmente é o Top e o masoquista é o bottom, mas esses papéis frequentemente se complicam ou se misturam (como no caso de dominantes/masoquistas que podem fazer com que seus submissos realizem atividades S&M com eles). Assim como no B&D, a definição de Top/bottom pode não ser necessária, e os sadomasoquistas também podem brincar sem qualquer troca de poder, com ambos os parceiros tendo igual controle da cena.

"Eu não penso que o movimento das práticas sexuais tenha a ver com colocar em jogo a descoberta de tendências sadomasoquistas profundamente escondidas em nosso inconsciente. Eu penso que o S/M é mais que isso, é a criação real de novas possibilidades de prazer, que não se tinha imaginado anteriormente. A ideia de que o S/M é ligado com uma violência profunda e que essa prática é um meio de liberar essa violência, de dar vazão à agressão é uma ideia estúpida. Nós sabemos muito bem que essas pessoas não são agressivas entre elas; que elas inventam novas possibilidades de prazer utilizando certas partes estranhas do corpo — erotizando o corpo." (Michel Foucaul)

Sadismo e Masoquismo
Também conhecido como S&M ou Sadomasoquismo.
O termo sadomasoquismo é derivado das palavras sadismo e masoquismo. Esses termos diferem dos mesmos termos utilizados em psiquiatria, pois estabelecem que o sadismo ou o masoquismo causem sofrimento significativo ou envolvam parceiros que não consentem com os atos. No BDSM, o sadomasoquismo refere-se aos aspectos que envolvem a troca consentida de dor física ou emocional, causando prazer mútuo. O sadismo descreve o prazer sexual derivado do ato de infligir dor, degradação ou humilhação em outra pessoa, ou fazer com que outra pessoa sofra. Por outro lado, o masoquista gosta de ser ferido, humilhado ou sofrer dentro do contexto consensual. Às vezes, as cenas sadomasoquistas podem atingir um nível que parece mais extremo ou cruel do que outras formas de BDSM, por exemplo, quando um masoquista chega às lágrimas ou é gravemente machucado, e ocasionalmente isso não é bem aceito em eventos ou festas BDSM. O sadomasoquismo não implica prazer em causar ou receber dor em outras situações (por exemplo, lesões acidentais ou procedimentos médicos).
Também conhecido como  S&M, ou, Sadomasoquismo

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