Parafilia

Parafilias são comportamentos classificados popularmente como Taras, Perversão ou Transtornos Sexuais.
Alguns dos principais comportamentos parafílicos

Parafilias são comportamentos classificados popularmente como Taras, Perversão ou Transtornos Sexuais. A palavra vem do grego παρά, para, "fora de",e φιλία, philia, "amor".

As parafilias referem-se a interesses ou preferências sexuais atípicas que se desviam do que é considerado comportamento normativo. Esses interesses podem envolver objetos não humanos, parceiros não consentidos ou atividades não convencionais. Exemplos incluem fetichismo, voyeurismo e exibicionismo. 

É importante distinguir entre parafilias e comportamentos ilegais ou prejudiciais. Embora algumas parafilias tenham sido aceitas, outras foram justamente classificadas como crimes, como pedofilia, zoofilia, necrofilia, frotismo, entre outras.

Existem várias teorias psicológicas que defendem que algumas parafilias podem ser consideradas inofensivas, desde que não envolvam coerção, abuso ou violação dos direitos das pessoas envolvidas. Algumas das teorias mais relevantes são:

Teoria do consentimento
Essa teoria argumenta que, desde que a atividade sexual seja baseada no consentimento mútuo entre adultos conscientes, ela pode ser considerada inofensiva. Segundo esse ponto de vista, as preferências sexuais atípicas não são problemáticas em si, desde que não envolvam coerção, abuso ou violação dos direitos dos envolvidos.
Autor: David F. Greenberg
Obra: "The Construction of Homosexuality" (1988)

Teoria da expressão sexual
Essa teoria sugere que as parafilias podem ser consideradas inofensivas quando são expressões saudáveis da sexualidade de um indivíduo. Ela enfatiza a importância de aceitar a diversidade sexual e compreender que diferentes pessoas têm diferentes interesses e desejos sexuais.
Autor: John Money
Obra: "Lovemaps: Clinical Concepts of Sexual/Erotic Health and Pathology, Paraphilia, and Gender Transposition in Childhood, Adolescence, and Maturity" (1986)

Teoria do controle
Essa teoria postula que indivíduos com parafilias podem aprender a controlar seus impulsos e comportamentos de maneira adequada. Se uma pessoa com uma parafilia não causa danos a si mesma ou a outros e é capaz de manter relacionamentos saudáveis e funcionais, argumenta-se que a parafilia em questão pode ser considerada inofensiva.
Autor: Ray Blanchard
Obra: "The DSM Diagnostic Criteria for Pedophilia" (2010)


Há um debate sobre quais parafilias devem ser listadas em manuais de diagnóstico, como o Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais (DSM), ou a Classificação Internacional de Doenças (CID).

Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais
O Manual de Diagnóstico e Estatística de Distúrbios Mentais (DSM) é um recurso amplamente utilizado na área da psiquiatria e psicologia para classificar e diagnosticar transtornos mentais. A versão atual do DSM é o DSM-5, publicado em 18 de maio de 2013, e ele contém critérios diagnósticos para diversas condições de saúde mental.
Embora o DSM-5 não classifique diretamente a parafilia como inofensiva ou prejudicial, ele descreve critérios diagnósticos para algumas parafilias, como a pedofilia e o transtorno de preferência sexual. É importante ressaltar que o DSM-5 é uma ferramenta de trabalho que reflete o consenso atual na área da psiquiatria, mas também é objeto de discussões e revisões contínuas. Novas edições e atualizações podem ser lançadas no futuro, refletindo a evolução do conhecimento e das perspectivas na área da saúde mental.

As considerações sobre o comportamento parafílico dependem das convenções sociais vigentes. O conceito de parafilia está em constante revisão, pois a ciência tem ampliado as variações aceitáveis do comportamento sexual. Certas práticas, como a homossexualidade ou até mesmo o sexo oral, o sexo anal e a masturbação foram consideradas parafílicos em seu momento, embora agora sejam consideradas variações normais e aceitáveis do comportamento sexual.
Em 1973, a homossexualidade deixou de ser classificada como um transtorno, quando foi excluída do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM) da Associação Americana de Psiquiatria. No Brasil, em 1984, a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) posicionou-se contra a discriminação e considerou a homossexualidade algo que não prejudica a sociedade.

Portanto, o próprio conceito de parafilia tende a ser revisto já que na atualidade a ciência tem ampliado cada vez mais as variações aceitáveis do comportamento sexual. Sendo assim, é impossível elaborar um catálogo definitivo das parafilias.

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